quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

DISCOS PERDIDOS - Paulo Ricardo (1989) e Paulo Ricardo e RPM (1993)


 Paulo Ricardo - 1989

Paulo Ricardo e RPM - 1993

Antes de ser o artista vazio que é hoje, sedento por sucesso quase a qualquer custo, mais uma formula do que um conteúdo, Paulo ricardo capitaneou uma das bandas mais bem sucedidas do Rock nacional, o RPM. O sucesso da banda parece ter sido tão estrondoso que até hoje o Paulo Ricardo vive querendo reeditar isso a todo custo, esquecendo o bom compositor que foi em momento anteriores.
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O RPM, acabou pela primeira vez em 1988 depois do deplorável disco “Quatro Coiotes” (tenho o vinil original em casa), Neste álbum não há uma canção que lembre minimamente o que foi o RPM dos discos “Revoluções Por Minuto” e “Rádio Pirata”.
.Primeiro disco solo de Paulo Ricardo 
Bem diferente e melhor do que o romantismo dos anos 90-2000

Em 1989 Paulo Ricardo se lança em carreira solo num excelente disco de pop-rock. O disco tem 10 canções e é muito bom. Existem alí boas letras, bons arranjos e um disco que consegue ser agradável do início ao fim, embora não tenha alcançado sucesso comercial  relevante na época. Em 1989 foi, talvez, o último ano de sucesso de Rock nacional, depois se seguiram as febres da lambada e depois do sertanejo-brega (que queda de qualidade, hein?).
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Mas o disco é classe “A”. Tem excelente canções como “A um passo da eternidade” (a única que tocou muito nas rádios), “Indo e vindo” (uma pegada blues muito boa), as baladas “Sem mim” e “Nas rochas”, “A fina poeira no ar” (com Rita Lee), os bons rocks “Canções e Revoluções”, “A arte de fazer amor” e “Viver por viver”, além da excelente “O Nylon e o Marfim”. 
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Fora do RPM os arranjos das músicas de Paulo Ricardo ficam bem melhores, o excesso de teclados de Luiz Schiavon muitas vezes estragavam as músicas. Neste disco os arranjos são bem elaborados e tem como base a guitarra e violão de Fernando Deluqui, que continuou com Paulo Ricardo após o fim do RPM como seu “fiel escudeiro”. Um disco muito bom, vale cada um dos 45 minutos de duração. Nota 9,0

 
Depois de um segundo disco solo (Psico-Trópico) muito fraco, onde só o que prestava era capa, Paulo Ricardo junta-se a Fernando Deluqui e ressucita  o RPM em 1993. O novo disco seria lançado com o nome do RPM, porém Luiz Schiavon entrou na justiça, e então o álbum foi lançado com o nome Paulo Ricardo & RPM. Não conta com a presença do tecladista e compositor Luiz Schiavon e do baterista Paulo P.A. Pagni (ambos da formação original da banda).
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O disco também é muito bom, com as guitarras de Deluqui dando as ordens e Paulo Ricardo voltando a escrever boas letras num disco de rock pesado mas  sem exageros. São dez músicas bem trabalhadas e bem produzidas, com bons solos de guitarra, o álbum escorrega em poucos momentos mas consegue ser bom.
Existem excelentes canções alí como “Gênese” (uma letra genial e um arranjo muito bom, tema da novela global Olho Por Olho), “O fim”, “Virus” (minha preferida), “Perola”, ‘Falsos Oasis”. O disco escorrega apenas em “Outro lado” e em “Hora do Brasil” (uma letra que causa vergonha alheia de tão ruim), além de um certo exagero nas interpretações de Paulo Ricardo.



Gênese:
"Não pretendo esperar, não entendo o que há
O que acontece com essa gente devagar
Não espero chegar eu não quero passar
Pela vida como quem tem que se desculpar"
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Mas o álbum sobrevive a isso e consegue ser muito bom. Nota 8,0. O problema é que o álbum não vendeu nada na época, além do sertanejo em 1993 a axé music começa a invasão as rádios e aos programas de TV. Impossiblitado de concorrer diante da indiferença da grande mídia o disco “Paulo Ricardo e RPM” hoje é esquecido até pelos próprios integrantes da banda, que se recusam a tocar músicas deste dele nas turnês atuais.

Paulo Ricardo & RPM - 1993

São dois álbuns muito bons, vale uma busca por um download

Um comentário:

  1. Putz... ouço até hoje no celular as músicas dos dois álbuns. Tempos que não voltam mais.

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